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Ganhos Secundários da Doença: Como Lidar no Contexto Oncológico

Introdução
Os ganhos secundários da doença são um aspecto muitas vezes desafiador no trabalho clínico com pacientes oncológicos. Embora o câncer seja uma experiência dolorosa e debilitante, também pode gerar benefícios emocionais, sociais e até materiais para o paciente. Esses benefícios, conhecidos como ganhos secundários, são inconscientes na maioria das vezes e podem interferir na adesão ao tratamento ou no enfrentamento ativo da doença. Neste artigo, exploraremos o que são os ganhos secundários, como eles se manifestam e estratégias terapêuticas para lidar com esse fenômeno.


O Que São Ganhos Secundários da Doença?
Ganhos secundários referem-se aos benefícios emocionais ou sociais que o paciente obtém como resultado da doença. Esses ganhos podem incluir:

  • Atenção redobrada de familiares e amigos, preenchendo necessidades emocionais pré-existentes.
  • Alívio de responsabilidades, como trabalho, tarefas domésticas ou papéis sociais exigentes.
  • Validação emocional, onde o sofrimento do paciente é reconhecido e acolhido.
  • Reconhecimento social, especialmente em contextos onde o câncer mobiliza empatia e solidariedade.

Embora esses ganhos possam trazer conforto temporário, eles podem dificultar o enfrentamento ativo da doença e, em alguns casos, perpetuar dependências emocionais ou comportamentos de evitação.


Como Reconhecer Ganhos Secundários no Paciente Oncológico?
Os ganhos secundários podem se manifestar de maneira sutil e inconsciente. É papel do terapeuta observar e identificar padrões, como:

  1. Resistência ao Tratamento: O paciente pode hesitar em aderir ao tratamento por temer perder os benefícios emocionais associados à doença.
  2. Apego ao Papel de Doente: Alguns pacientes podem encontrar conforto no papel de doente, onde recebem atenção e cuidado constantes.
  3. Evitação de Mudanças: O paciente pode demonstrar dificuldade em assumir responsabilidades ou retomar atividades após a melhora.

A identificação desses sinais é essencial para iniciar um trabalho de ressignificação.


Estratégias Terapêuticas para Lidar com Ganhos Secundários

  1. Escuta Ativa e Validação Emocional
    O primeiro passo é criar um espaço seguro para que o paciente expresse seus sentimentos sem julgamento. Validar suas emoções é essencial para construir confiança e permitir que ele explore suas necessidades inconscientes.
  2. Ressignificação de Necessidades
    Uma abordagem importante é ajudar o paciente a identificar as necessidades emocionais que estão sendo supridas pela doença e encontrar formas mais saudáveis de atendê-las. Por exemplo, se o paciente busca atenção e cuidado, o terapeuta pode incentivá-lo a construir relações mais equilibradas.
  3. Fortalecimento da Autonomia
    Promover a autonomia emocional é fundamental. Isso pode ser feito por meio de práticas como:
    • Estabelecimento de metas pessoais e terapêuticas.
    • Incentivo ao autocuidado e à participação ativa no tratamento.
    • Trabalhar a autoestima e o senso de propósito do paciente.
  4. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
    A TCC pode ser útil para ajudar o paciente a identificar pensamentos automáticos relacionados aos ganhos secundários e desenvolver novos padrões de comportamento que promovam independência e enfrentamento.
  5. Intervenções Focadas na Família
    Envolver familiares no processo terapêutico é crucial, especialmente em casos onde os ganhos secundários estão ligados a dinâmicas familiares. Trabalhar com a família para redefinir papéis e oferecer suporte equilibrado pode ser uma estratégia eficaz.

Desafios e Cuidados na Abordagem Terapêutica
Lidar com ganhos secundários exige sensibilidade e ética. É importante evitar julgamentos ou pressões, permitindo que o paciente explore essas questões no seu tempo. Além disso, o terapeuta deve estar atento para não reforçar involuntariamente esses ganhos durante o processo terapêutico.


Conclusão
Ganhos secundários da doença são um fenômeno complexo que requer atenção e compreensão no trabalho clínico com pacientes oncológicos. Ao abordar essas dinâmicas de maneira sensível, os terapeutas podem ajudar os pacientes a ressignificar suas necessidades emocionais e construir formas mais saudáveis de enfrentamento. Esse processo não só melhora a qualidade de vida do paciente, mas também promove uma abordagem mais ativa e positiva em relação ao tratamento e à recuperação.

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